Esperei um Milagre

Confesso que no meu coração eu realmente esperei um milagre, e claro que era esperável esse comportamento se eu estava acostumado a lidar com um filho especial e amado de Deus para quem milagre era uma possibilidade tão próxima, tão palpável e tão real.

Aprendi, entre muitas coisas que aprendi como meu querido amigo Padre Motinha, que podemos ser alegres e de bem com a vida apesar dos obstáculos e das dificuldades que ela nos impõe (ele mesmo foi um campeão de superações).

Aprendi que quem tem fé tem que expressá-la pelo coração, que só sente depressão quem não conhece a Jesus. Aprendi que não se pode transmitir força e determinação apenas quando estamos saudáveis e fortes, porque ele mesmo realizou coisas inimagináveis no hospital da Medalha Milagrosa quando lá esteve internado para a sua operação anterior e quando fomos cantar em uma celebração sua, mal ele teve forças para cumprir o seu ministério sacerdotal, ali mesmo ele já havia feito novos amigos e conquistado novos corações, inclusive dentre a equipe que procedeu à sua cirurgia.

Motinha não era simplesmente um sacerdote, foi um escolhido do Pai, dentre tantos outros chamados para, como Jesus, falar para todos, evangelizar pela sedução dos seus múltiplos talentos, mas principal e preferencialmente para os mais simples e os humildes, esses bem numerosos, que formavam o rebanho desse pastor bendito que trazia em cada gesto, como sacerdote e como homem, uma mensagem de paz e de amor.

Perdemos todos e cada um de nós com a sua partida, mas outros ganharam. Todos os que o antecederam, familiares, amigos o receberam retumbantes com o grande coro celeste, louvando ao Pai pela sua chegada.

A Terra foi sua passagem, amigo Motinha, mas o céu é seu legítimo e merecido lugar.


LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Nobre de Almeida