Despedida do Padre Mottinha
* 24.11.1933 + 09.01.2009



Meus amigos, infelizmente. O meu fim chegou. Estou para partir.
Não queria, mas a minha hora, ou melhor, a hora de Deus chegou.
Não é fácil ajustar o próprio relógio
ao relógio daquele que é o Senhor do tempo e dos nossos destinos.
A minha oração, estes dias, tem sido:
“Seja feita a Vossa vontade!”
Gostei de viver, a vida foi uma graça, uma grande graça.
Sou carioca, nasci em Botafogo. Amo a nossa cidade.
Gostei de ser padre. Fui padre por 51 anos.
Ser padre foi uma benção, uma grande bênção.
Gostei de servir na Matriz Nossa Senhora da Glória.
Esta foi minha casa. Nunca me esquecerei de vocês.
Bendito seja o Movimento Carismático que revolucionou minha vida.
Nas missas de Cura e Libertação, me sentia tomado pelo Espírito Santo.
Aprendi muito com as senhoras do Asilo em Vigário Geral.
Que rezem por mim. Continuarei olhando por elas da Casa do Pai.
Tenho apenas 75 anos. Queria viver ainda muito anos.
Mas já sei que não vai dar. De repente, o pâncreas me traiu.
Meu organismo já não produz insulina e hemácias.
Que mistério é o corpo humano!
Meu espírito quer tanto continuar vivendo,
Amando o que sempre amei, fazendo o que sempre fiz.
Mas a irmã Morte já está tomando minha mão
e me convidando para a última viagem.
Cansado, fecho os olhos do corpo com saudades da vida.
Em breve, eu abrirei os da alma para ver a face de Deus.
Mas, antes de partir, gostaria de abençoá-los como sempre o fiz.
Que DEUS Pai + Filho + e Espírito Santo os abençoe.
Adeus! Não se esqueçam do Padre Mottinha!
O Padre Mottinha jamais se esquecerá de vocês.

Frei Neylor J. Tonin
Irmão menor e pecador

2 comentários:

Anônimo disse...

LEMBRANDO DO AMIGO, PADRE MOTINHA

Ótima inspiração teve quem escolheu a oração de Sto. Agostinho para o santinho do Padre Motinha, ela tem mesmo tudo a ver com o que ele foi e é lá aonde ele está.

Certamente ele não queria a morte, preferia estar aqui conosco, rebanho que conquistou e amava profundamente. Mas a morte sempre representou para ele simplesmente o rito de passagem, a porta para a outra vida.

Em dimensões distintas ele continua sendo o mesmo para nós, como nós continuamos deste lado sendo para ele o que sempre fomos, filhos amados, e ele pastor alegre e afetivo. Devemos falar dele e com ele como sempre falamos, com a tristeza que estamos sentindo, claro, mas com a naturalidade que marcou o nosso convívio. Sorrindo com tudo aquilo que sempre sorrimos juntos.

Como Sto. Agostinho, o Padre Motinha pede para rezarmos e sorrirmos, que pronunciemos o seu nome como sempre fizemos, sem maiores formalidades e sem olhares tristonhos.

Na vida segue significando o que sempre significou, sendo o que sempre foi. O laço da união e do amor não se rompeu; porque então ele estaria fora dos nossos pensamentos; apenas por estar fora do alcance das nossas vistas?

Ele não está longe, como poderia estar? Apenas está do outro lado do caminho e logo, logo estaremos falando ao seu coração, para nele constatarmos a ternura mais pura.

Por tudo isso, sequemos as nossas lágrimas, e se o amamos verdadeiramente, não choremos mais.

Amamos você sim, Padre Motinha.

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Nobre de Almeida

Anônimo disse...

Como afirmava Antoine de Saint-Exupéry..."você se torna responsável por aquilo que cativa", e esse foi um dos principais talentos do nosso querido Padre Motinha. Foi um cativador, conquistava as pessoas não apenas pelo seu carisma sacerdotal mas por sua simpatia pessoal, pelo seu sorriso, sua alegria, traço marcante da sua personalidade e a atenção especial que devotava a cada um dos seus amigos. Por tudo isso posso afirmar que ele "não foi", mas permanece, pois algumas pessoas tem esse dom de não estarem mais tão próximas mas continuarem a fazer parte das nossas vidas. E ele faz!

Com carinho
Nobre

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